Vasco Esteves de Baixo
A aldeia
Vasco Esteves de Baixo fica localizado na margem esquerda da ribeira perto da estrada Nacional n.º 231, no sentido do poente em relação a Alvoco.
Não há a certeza da fundação, mas no Livro de Visitações da freguesia de Alvoco da Serra de 1649 o visitador faz referência ao “casal de Vasco Esteves”, mandando construir uma capela.
Em 1747, no Dicionário Geográfico do Padre Luís Cardoso, não se distinguem as duas povoações de Vasco Esteves: “E no seu termo há duas aldeias chamadas, uma de Vasco Esteves e outra de casal do Guincho”. No Inquérito Paroquial do Padre Luís Cardoso de 1758, o cura Manuel de Brito chama-lhe Vasco Esteves d’Aquém: “A Igreja está junto à Vila, tem três lugares, um chamado Vasquesteves daquém e outro chamado Vasquesteves Dalém, outro Outeiro da Vinha”.
Na aldeia predomina o xisto como material construtivo e elemento característico da paisagem. As casas apresentam uma arquitetura simples e funcional, refletindo as necessidades práticas da vida rural ao longo das gerações.
A ribeira de Alvoco atravessa a zona e é o principal curso de água da região, complementado por outros pequenos ribeiros que serpenteiam pela aldeia. Estas águas desempenharam um papel importante no sustento das comunidades locais, sendo utilizadas tanto na agricultura como em antigos sistemas de rega. A atividade agrícola foi, durante décadas, essencial para a economia local. Os campos agrícolas, organizados em socalcos, aproveitam as encostas da serra, maximizando a produtividade em terrenos inclinados e desafiantes.
Embora pequena, Vasco Esteves de Baixo conserva um ambiente tranquilo, ligado ao quotidiano de uma aldeia que preserva as suas tradições e se mantém integrada na paisagem natural envolvente.
A aldeia alberga uma variedade de espécies animais e vegetais, muitas delas características dos ecossistemas de montanha. Entre as aves, destacam-se os passeriformes como vários chapins, escrevedeira e a felosas, enquanto nos cursos de água podem ser encontrados anfíbios como a rã-ibérica e a salamandra-lusitânica. A vegetação inclui desde carvalhos e castanheiros até ervas aromáticas espontâneas, que contribuem para a riqueza botânica da área.
Este equilíbrio entre paisagem humanizada e natureza selvagem faz de Vasco Esteves de Baixo um local onde a biodiversidade prospera, refletindo a ligação entre as práticas humanas tradicionais e o ambiente natural envolvente.