Casa da Senhora Carmina

Em Vasco Esteves de Baixo, são dignas de nota algumas habitações em que embora o xisto seja o material dominante, a aplicação do granito e da madeira surge em determinados detalhes construtivos, guarnecendo portas e janelas. Não são também raras as lajes de ardósia de grandes dimensões que pavimentam degraus e alpendres, ou áreas de pátios.

A Casa da Senhora Carmina foi um marco na vida da aldeia, teve um papel central nas comunicações e no dia-a-dia da comunidade. Esta casa tornou-se especial ao abrigar os serviços dos correios e o único telefone público da localidade, numa época em que as aldeias  dependiam fortemente destes meios de comunicação. Na Casa da Senhora Carmina, os correios eram o principal meio de comunicação entre os habitantes da aldeia e o exterior. Ali, as pessoas recebiam e enviavam as cartas para familiares e amigos. Este serviço era especialmente importante num tempo em que os contactos eram raros e preciosos, aproximando as famílias mesmo à distância. O telefone público, instalado na casa, era o único aparelho disponível para uso comunitário. Servia para chamadas urgentes ou para manter contacto com quem vivia fora da aldeia o que tornava o espaço não só funcional, mas também um ponto de encontro e socialização. Mais do que um local de serviços, a casa era um ponto de encontro onde os habitantes se reuniam para partilhar histórias, esperar correspondência ou simplesmente conversar. Tornou-se um símbolo de ligação e de apoio mútuo, refletindo o espírito solidário típico desta aldeia.

Embora os tempos tenham mudado, e os serviços de comunicações tenham evoluído, a memória da Casa da Senhora Carmina continua viva como um testemunho da história local e da importância das pequenas coisas na vida comunitária. Este espaço é um marco da identidade de Vasco Esteves de Baixo.