Outeiro da Vinha

A aldeia

No coração da nossa aldeia, respira-se história, tradição e uma genuína sensação de pertença. Cada recanto guarda memórias, cada espaço convida ao encontro, ao afeto e à partilha.

Logo no terreiro, a tília aconchegante estende os seus ramos como braços abertos, chamando todos ao convívio. Ali, à sua sombra, nascem conversas, jogos, pequenas e grandes paixões, gargalhadas e bailaricos. A capela, silenciosa mas imponente, é testemunha de gerações e celebrações, mantendo viva a nossa fé e identidade.

A fonte refrescante, sempre pronta a matar a sede dos que por aqui passam, é mais do que um ponto de água, é símbolo da frescura e da pureza que nos rodeia. Os lavadouros, onde outrora se lavava a roupa entre conversas e risos partilhados, são hoje um espaço de tranquilidade e frescura, onde se ouve apenas a água a correr e o tempo a abrandar. O caroleiro, antiga mó onde se moíam os grãos e a Eira onde se malhava o centeio, relembram a força do trabalho coletivo e das tradições agrícolas.

Na hortinha, o poço guarda segredos de outras épocas e memórias felizes que resistem ao tempo. A SDROV, espaço de convívio e união, continua a ser o ponto de encontro onde se tecem laços e se fortalecem amizades.

Ao caminhar pelo pontão do muro ou pelas canadas, sente-se a firmeza da nossa história. As mesas de merendas, destino de caminhadas em família, são o cenário perfeito para partilhas simples, mas cheias de significado.

Lá no fundo da aldeia, a Tapadinha e a Biscaia escondem uma beleza silenciosa entre ruínas, lembrando-nos que mesmo o que se perde, permanece presente no olhar de quem sente.

Mais do que um lugar, a nossa aldeia é uma comunidade onde impera o acolhimento, a presença uns dos outros, o carinho e a vontade de continuar a construir uma sociedade mais unida e feliz.

E o mais bonito é que, mesmo aqueles que já não vivem aqui, que a vida levou para longe, continuam a voltar. Cada regresso sabe a casa, aconchego e infância. Porque quem cresce aqui leva um pedaço da aldeia no coração… mais cedo ou mais tarde, o coração pede para regressar…

Outeiro da Vinha surge já referenciado como um lugar em meados do século XVIII, no entanto a sua igreja foi construída apenas nos anos trinta do século XX.

A visita à aldeia justifica-se sobretudo para captar o ambiente de um pequeno lugar, em que algumas casas de xisto relembram uma vivência com parcos recursos e que durante muito tempo pautou a vida destes lugares.

Outeiro da Vinha tem como padroeira Nossa Senhora de Fátima, celebrando-se uma festa anual no dia 15 de Agosto. Além desta, faz-se também a chamada festa das chouriças que tem lugar no domingo anterior ao Domingo Magro.

Em escassas centenas de metros passámos do domínio do granito para o domínio do xisto.

O labor da construção de socalcos é bem visível nas encostas ao redor do Outeiro da Vinha, numa luta para obter alguma terra arável levantaram-se muros para colocar um ou dois pés de oliveiras ou vinhas.